terça-feira, 29 de março de 2011

Que crueldade..só mesmo o " Bicho-Homem" para uma barbaridade dessas


Estou a falar de um tema que ouvi falar já há muitos anos e que agora voltou-se a falar: da mutilação genital feminina. Lembro da primeira vez que vi uma reportagem.  Não fazia ideia que nalguns países praticavam essa barbaridade e digo-vos que é um arrepio horrendo só de ver. Há dias a Tvi voltou a fazer uma reportagem : " Cicatriz", que volta a falar deste tema e de um livro de uma modelo sómali que passou por esse inferno: Desert flower, de Waris Dirie. Acho mesmo impossível que em pleno século XXI, continue a existir essa maneira tão cruel de tratar uma mulher. Responsabilizo, acima de tudo, sabem quem? As próprias mulheres, que se deixam levar por uma tradição ridícula, que não cabe mesmo na cabeça de ninguém. Como não vêem que isso é uma tortura desnecessária???COMO?? Mulheres, dêem-se ao respeito! Amem-se a vós próprias e ás vossas filhas..mas o que é isto? Sofrer em vão..meu deus. Custa a acreditar..



Waris Dirie é uma modelo somali nascida em 1965 que sofreu com cinco anos de idade mutilação genital feminina. (A prática faz parte da cultura da Somália e consiste em arrancar o clitóris junto com os grande e pequenos lábios e depois a genitália é custurada, restado uma grande cicatriz e um pequeníssimo orifício. O procedimento é realizado de forma precária e sem condições ideais de higiene e assim, muitas meninas morrem de hemorragia ou infecção. A justificativa para este ato brutal é que isso torna a mulher pura para o casamento e preserva a virgindade e sem isso, ela não poderia se casar. Quando do casamento, o marido reabre a genitália com uma faca para poder penetrá-la.) Waris Dirie fugiu da aldeia em que vivia com a família aos 12 anos de idade, um dia após saber que seria obrigada por seu pai a se casar com um homem de 60 anos, do qual seria a quarta esposa. Na época, atravessou sozinha um dos desertos somalicos inteiro, sofrendo com fome e sede e ficou com vários ferimentos nos pés, dos quais até hoje tem cicatrizes. Conseguiu chegar até a capital de seu país, Mogadisco, onde encontra a sua avó que após algum tempo conseguiu que sua neta fosse levada a Londres para trabalhar como faxineira na Embaixada da Somália. Passou a adolescência apenas trabalhando na Embaixada, sem sair da casa onde esta se localizava, por isso mal aprendera a falar o idioma inglês. Após o término de uma Guerra na Somália todos da Embaixada foram convocados a retornar ao país. Waris Dirie foge pelas ruas de Londres e com ajuda de uma mulher, que tornou-se sua amiga, conseguiu emprego como faxineira em uma lanchonete. Lá, enquanto trabalhava, foi observada por um grande fotógrafo que a lançou no mundo como modelo. Waris Dirie converteu-se numa defensora da luta pela erradicação da prática da Mutilação Genital Feminina e atualmente é embaixadora da ONU. Escreveu vários livros sobre suas vivências e foi tema de um filme "Flor do Deserto", lançado em 2010 no Brasil. Existe uma fundação com seu nome.



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